Primeira tatuagem é uma frase da mãe sobre seu nascimento

Cada vez mais pessoas que nunca pensaram em fazer uma tattoo, tem se rendido a arte de escrever na pele para poder eternizar um momento, ou homenagear uma pessoa. Estudos científicos tem sido recorrentes nessa área da psicologia e até sociologia de como isso afeta as pessoas, e a forma como uma gigantesca parcela da população busca abrigo e alento através de uma tatuagem de homenagem.

A história de Jake Bley que você vai conhecer agora, ilustra bem em como as pessoas tem procurado estúdios de tatuagens para fazerem trabalhos bem mais sentimentais do que apenas estéticos. Jake infelizmente perdeu sua mãe para a Leucemia, que antes de partir deixou alguns presentes de despedida pra algumas pessoas próximas, e seu filho ficou com seus diários antigos. Que por sinal eram uma mina de ouro, já que ela os mantinha desde pequena e escrevia todos os dias da vida nele.

Ele teve a brilhante ideia de ir procurar em anos anteriores pra ler as histórias e desabafos da mãe, até que ele chegou no dia do seu aniversário! Lá estavam detalhados seu tamanho, peso e essas coisas que são bastante importantes na hora que uma pessoinha chega a esse mundo doido. E no meio dessa informação séria toda, tinha uma frase bem legal: “Only a little fellow” (Apenas um carinha).
Jake então, que até esse dia em sua vida nunca tinha pensado em fazer uma tattoo, procurou um estúdio e fez o que qualquer pessoa sensata faria: uma marca eterna dessa pequena frase! E lá ele fez, bem na coxa logo acima do joelho com a caligrafia de sua mãe, a primeira tatuagem da vida dele, com um sifnificado enorme e que toda vez que ele sente saudades dela, basta olhar pra perna e lembrar que eles estarão sempre juntos!
Vale lembrar que ele só foi achar essa escrita e teve curiosidade de pesquisar mais a fundo no diário, no aniversário de dez anos de falecimento da mãe. Ele poderia já ser um cara tatuado há mais tempo. Essa foi uma tatuagem de homenagem em tanto!
Psicólogas explicam a relação entre tatuagem de homenagem e luto
Jennifer L Buckle e Sonya Corbin Dwyer são professoras de Psicologia na Memorial University of Newfoundland no Canadá, e fizeram um artigo comentando sobre essa relação entre tatuagem de homenagem e luto, quando pessoas buscam tatuar momentos de extrema dor para ajudar a amenizar o processo de aceitação.

“A dor é uma resposta complexa à perda que possui muitas dimensões e nuances. As teorias contemporâneas do luto reconhecem essa complexidade e variação, como nas relações contínuas ou vínculos duradouros que pessoas enlutadas têm com entes queridos falecidos. Há também crescentes evidências de que a construção de significado, definida como um processo de considerar o que um evento, como a morte de um ente querido, poderia significar ou como interpretá-lo, é um fator importante na experiência do luto.”
“Pesquisas sugerem que um maior senso de significado após uma perda corresponde a menos sofrimento relatado. Por outro lado, o risco de experimentar um luto mais doloroso e duradouro, que envolve uma resposta de luto persistente e generalizada, parece ser maior na ausência de construção de significado. A busca por significado após a morte de um ente querido muitas vezes não é um esforço fácil ou passivo, mas um processo ativo que pode assumir muitas formas.” Diz uma parte do artigo das médicas.
“A tatuagem de homenagem possui muitas funções potenciais: elas podem ajudar a iniciar conversas sobre uma perda, significar mudanças na identidade de alguém em resultado da perda, fornecer uma representação permanente do amor por alguém que faleceu, facilitar a adaptação à perda, e ajudar a pessoa a manter seu vínculo com o falecido.”

Quais os motivos dos entrevistados e suas tatuagens de homenagem
“Para algumas das pessoas com quem conversamos, a tatuagem de homenagem refletia a própria experiência do luto, a dor da perda, uma imagem ou palavras para expressar sua devastação. Para outras, a tatuagem refletia o familiar, amigo ou animal de estimação falecido, suas características, atividade favorita, itens que amavam ou seus nomes (às vezes na forma de uma assinatura).”
“Ainda outros projetaram a tatuagem para ser uma junção das características de seu ente querido e deles mesmos, seja na forma de uma piada interna, uma experiência compartilhada ou um traço em comum. Como uma participante disse sobre sua tatuagem em memória de um ente querido: “É como se eu fizesse parte dela. Ela faz parte de mim. Esse é o nosso elo.” As várias maneiras pelas quais essas tatuagens representaram a perda das pessoas, seu luto e seus falecidos foram poderosos símbolos traduzidos em desenho de seu processo de construção de significado na adaptação à perda.”
Fontes: Psyche.co e ScoopUp