Maud Wagner: História da Primeira Tatuadora dos EUA

Maud Wagner e sua incrível história de vida!

Maud Wagner primeira tatuadora dos EUA
Maud Wagner

Estamos em 2025 e pelos dados tirados totalmente das vozes da minha cabeça, nesses quinze anos de cena da tatuagem, eu posso dizer que talvez tenhamos mais mulheres tatuadoras do que homens, se formos ver as pessoas tatuadas, acho que também teremos uma predominância feminina no ranking de tinta no corpo. Mas imagine você que no século 19 isso era uma utopia! As mulheres que tinham muitas tattoos eram literalmente tratadas como atração de Circo, e agora nós vamos conhecer a história da primeira tatuadora dos EUA, a fenomenal e inspiradora Maud Wagner!

Nascida no Estado do Kansas, Maud Wagner teve uma vidinha simples como pequena fazendeira no rancho da família, e logo depois deu uma virada boa no próprio destino se tornando contorcionista e vivendo a vida junto com os amigos que fez no Circo, ela fez sua estreia em 1904 na Feira Mundial de St Louis.

Maud Wagner a primeira tatuadora dos EUA
Feira Mundial de St Louis

Como a tatuagem entrou na vida de Maud?

Nas andanças com o Circo ela conheceu várias pessoas, e numa dessas ela encontrou um homem chamado Gus Wagner, que pelo sobrenome você já deve ter matado a charada que o doidão virou seu marido. O cara era um pescador e viajante de negócios que passava por vários países pelo mundo. Naquela época ele já tinha 250 tatuagens pelo corpinho e se auto-proclamava “O homem mais artísticamente tatuado da América”.

Maud Wagner
Gus Wagner

Em algumas dessas viagens Gus Wagner pode conhecer e ser tatuado por vários artistas diferentes, seja nas Ilhas do Pacífico ou pela Ásia, e com isso ele virou muito mais do que um cara muito tatuado, começou também a fazer seus desenhos em outras pessoas que o procuravam.

No início a nossa querida Maud Wagner foi a um encontro com Gus querendo saber mais sobre as suas tattoos, suas histórias e se ele poderia a ajudar a se tornar uma tatuadora também! Vai achando que essa parada de Nepotismo na profissão é de hoje! Não demorou muito pros dois estarem juntos romanticamente e artisticamente fazendo tatuagens um no outro, era tipo a linguagem do amor deles. Que fofo! Em seu início de aprendizado como tatuadora, Maud Wagner fazia tatuagens “hokey-pokey”, o equivalente ao nosso stick’n poke ou handpoke, onde você usa só a agulha sem a máquina de tattoo.

Gus tatuando Maud

Eles se casaram e continuaram suas vidas com o circo e com as tatuagens, mas naquela época o casal era muito ridicularizado e sofria preconceito de outras pessoas da sociedade por conta de suas tattoos pelo corpo, onde pouco se via de pele aparecendo de mulheres que não tinham tatuagem, que mal tiravam as luvas, imagina só uma mulher coberta por desenhos. A parada deve ter sido traumatizante.

E esse casalzão aqui?

Maud rapidamente se tornou uma tela viva para a arte. Em apenas cerca de três anos após conhecer Gus, grande parte de seu corpo já estava coberta por tatuagens, que eram típicas da época, incluindo desenhos patrióticos, animais (águias, macacos, borboletas, leões, cavalos, cobras), árvores e figuras femininas. Ela até mesmo tatuou seu próprio nome em seu braço esquerdo.

Juntos, Maud e Gus viajaram pelos Estados Unidos, expondo seus corpos tatuados em feiras e circos, e oferecendo seus serviços de tatuagem. Eles eram uma atração popular e estima-se que ganhavam o equivalente a US$ 2.000 (em valores atuais) por semana apenas exibindo suas tatuagens.

A foto mais icônica de Maud Wagner

Como o público lidou com o casal de tatuados

Não só as tatuagens eram associadas como práticas de tribos nativas pelo mundo de um modo perjorativo, mas a galera do Kansas pegava pesadão nos julgamentos, principalmente pela profissão ser totalmente dominada por homens naquele tempo sombrio de preconceitos. Tattoos eram coisa de Marinheiros e de delinquentes! Maud e Gus Wagner ficaram de saco cheio de se sentirem desprezados, e resolveram abraçar sua nova vida numa nova subcultura de arte e tatuagens!

Maud Wagner ostentava seu novo rótulo de mulher tatuadora hiper tatuada com honra e orgulho! Isso fica evidente na tatuagem que ela tem no colo: uma mulher sentada em um leão rodeada de coqueiros. Uma imagem que demonstra o quão destemida, decidida e espírito-livre Maud era!

A pequerrucha Lotteva Wagner

Dessa união misturada com tinta e amor, nasceu Lotteva Wagner, que começou a tatuar já aos 9 anos de idade, família quebradora de paradigmas! Mas ao contrário dos pais, ela não conseguiu ter nenhuma tattoo feita por eles e decidiu não deixar mais ninguém fazer esse trabalho nela, mas continuou o legado de seus genitores tatuando após a morte dos dois.

Lotteva fez sua última tatuagem a mão livre em 1983 no lendário Don Ed Hardy!

Lotteva com a fotografia da mamãe Maud

Maud morreu em 1961, coincidentemente durante a proibição da arte da tatuagem em Nova Iorque por causa de uma explosão de casos de Hepatite. Hoje em dia ela é sempre lembrada como a primeira mulher tatuadora dos Estados Unidos, e como ela foi fundamental pra poder fazer mais mulheres quererem se tatuar, e virarem tatuadoras. E cabe a nós não deixarmos esse legado sumir, conhecendo a história rica e cheia de pessoas pioneiras como ela na nossa indústria!

Maud Wagner faleceu em 30 de janeiro, aos 83 anos, em Lawton, Oklahoma, após uma batalha contra o câncer. Ela está enterrada no Cemitério Homestead, em Chase County, Kansas. Sua história continua a inspirar e celebrar a coragem e a paixão por uma forma de arte que ela ajudou a moldar.

 

 

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